sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O ESTÁGIO NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO PÚBLICO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA. (PROJETOCOMPLETO)


    
 


    
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
AUTORIZAÇÃO: DECRETO 92937/86, DOU 18/07/86 - RECONHECIMENTO: PORTARIA 909/95, DOU 01/08/95
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XV
VALENÇA – BAHIA 







O ESTÁGIO NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO PÚBLICO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA.















VALENÇA/BA
2012






UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
AUTORIZAÇÃO: DECRETO 92937/86, DOU 18/07/86 - RECONHECIMENTO: PORTARIA 909/95, DOU 01/08/95
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XV
VALENÇA – BAHIA






Iara Regina Martins
Iraildes de Jesus Assunção
Maibe Émile Aguiar
Renata Barreto
Tamires Fernandes


Projeto elaborado pelos estudantes do 6º semestre do curso de pedagogia, como requisito avaliativo do componente curricular Pesquisa e Estágio em espaços não-escolares, sob orientação da professora Ana Lúcia Nunes








Valença, BA
2012



CARACTERIZAÇÃO


O projeto “A importância do orçamento público na construção da cidadania será desenvolvido no projeto social Mutá, que fica situado na Rua Edvaldo Andrade, 15 Bolívia. Valença-Bahia CEP: 45400000, criado pela Primeira Igreja Batista de Valença, e que tem como entidade mantedora, a Visão Mundial com sede Canadá¹.
 O projeto Mutá atua com o objetivo de assistir à pessoas que moram nas regiões periféricas da cidade onde são desenvolvidas diversas atividades que despertam o interesse da juventude, como: hip-hop, rap e grafitagem, além de outros assuntos de extrema importância, não só para os jovens, mas também para toda a comunidade, que são: Casas Populares, orientações e encaminhamentos de saúde, sala de leitura,  inclusão digital, oficina de esporte e cidadania, sessões de cinema e cidadania. Tem também o Movimento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP) que busca formar jovens atuantes para lideranças de processos políticos na comunidade.
A missão do Projeto Mutá, é caracterizada por Investir na melhoria da qualidade de vida das crianças, adolescentes e famílias da comunidade da Bolívia, viabilizando ações de assistência, promoção humana, formação, mobilização e organização comunitária. Tem como visão Acreditar no desenvolvimento do Ser Humano, respeito às diferenças e ao Meio Ambiente.
Os projetos desenvolvidos pelo projeto Mutá, propõem colaborar para a diminuição da exposição tanto de crianças quanto de adolescentes, e mulheres a problemas sociais pela falta de exercício das políticas públicas. O projeto é dividido por áreas temáticas que são: Educação, Saúde, Habitação, Sociedade Civil, Desenvolvimento Econômico, Patrocínio. Sua equipe de coordenação geral é formada por: Maria Vanuzia J. Oliveira (Formação em Pedagogia e Licenciatura em Filosofia. Admitida pela direção da igreja proponente do projeto), seu facilitador é: Marcos Venícius Sousa Porto, os demais cargos são admitidos por processo seletivo.




JUSTIFICATIVA
Com a ampliação dos temas relacionados à educação social, é imprescindível que o pedagogo esteja apto para atuar não somente nos espaços formais de educação, mas que também esteja apto aos espaços não escolares. Partindo deste pressuposto, o regimento atual do estágio do curso de pedagogia define a necessidade da atuação dos graduandos do referido curso, nos espaços não escolares da educação, ampliando assim seu campo de atuação.
Motivadas pela preeminência dessa necessidade, optamos pelo tema Orçamento público, resultante de uma discussão ocorrida no primeiro encontro com os adolescentes e jovens do projeto Mutá, onde foram dadas sugestões e solicitadas temas a serem abordados no mine curso. Este tema possui grande relevância para a comunidade visto que o orçamento público é o instrumento que respalda as políticas que acontecem na sociedade, em conseqüência disso é de fundamental importância conhecer sua constituição, e execução, para que assim possamos assegurar nossos direitos de forma plena e precisa.
O assunto em questão foi o primeiro a ser apontado, isso evidencia a importância do mesmo para o grupo que apesar de ser constituído basicamente de jovens e adolescentes, oriundos de uma comunidade carente, com altos índices de violência, anseiam uma consciência crítica e política que venha respaldá-los numa sociedade tão desigual em aspectos sociais e econômicos
O orçamento público atua de forma a auxiliar estes jovens que buscam obter acesso á informação que lhes proporcionará uma visão mais ampla do assunto abordado e lhes proporcionará a possibilidade de participar na  elaboração deste processo.
Enquanto acadêmicos do curso de pedagogia, o tema em questão é de muita importância, porque poderá nos auxiliar em nossa prática docente, a discutir o assunto com segurança, proporcionando uma visão mais ampla de como são utilizados os recursos públicos e consequentemente contribuirá para a formação de uma consciência critica e política, mobilizando-nos a participar no processo de elaboração deste instrumento em busca de avanços na área.


OBJETIVOS:


Geral

  • Tornar acessível o conhecimento acerca do orçamento público aos jovens que compõem o Movimento Jovem de Políticas Públicas, para que eles possam participar ainda mais plenamente na vida política de seu município, na busca e garantia de seus direitos enquanto cidadãos.

Específicos

  • Discutir o conceito de orçamento público;
  • Identificar quem e de que forma pode participar na elaboração e fiscalização do orçamento Público;
  • Conhecer a proveniência dos recursos que constituem o orçamento;
  • Discutir o projeto orçamentário anual do município.


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:


 O Campo da educação não-escolar aborda processos educativos que ocorrem fora das escolas, em processos organizativos da sociedade, abrangendo movimentos sociais, organizações não governamentais e outras entidades sem fins lucrativos que atuam na área social; ou processos educacionais, frutos da articulação das escolas com a comunidade educativa, via conselhos, colegiados, dentre outros.
Para Gonh (2008) na educação não escolar, a cidadania é o objetivo principal, ela ressalta que a educação deve ser pensada em termos coletivos, o que para nós ficou perceptível durante as observações realizadas com o grupo de jovens do projeto Mutá, uma vez que todas as ações são pensadas mediante o benefício do grupo, visando o aprimoramento de suas habilidades por meio de técnicas especificas que contribuem para tal.
A autora ainda salienta que esse pensar coletivo é um dos pressupostos básicos da educação não- formal: “a aprendizagem se dá por meio da prática social”. A autora reforça que a experiência das pessoas em trabalhos coletivos gera um aprendizado (p.103). Esse é também um dos pilares metodológicos empregados no projeto MJPOP, onde os jovens através de visitas a locais específicos, como os postos de saúde da família, por exemplo, obtém informações necessárias para a realização de oficinas na área de prevenção a DST´s e gravidez na adolescência e à medida que abordam tais temas, informam à comunidade e ao mesmo tempo são beneficiados com as informações que obtém e transmitem.
O exposto visa o constante aprimoramento da comunidade do projeto Mutá, sobre a compreensão da atividade financeira do Estado, pressuposto para o pleno exercício da cidadania. Historicamente esses conteúdos nunca foram disseminados adequadamente em nossa sociedade. No âmbito de suas competências e no exercício de sua autonomia política, administrativa e financeira, o Estado busca meios para atender as demandas sociais: saúde, educação, saneamento, transporte, segurança, justiça dentre outras. Em virtude disso, a gestão na administração pública desenvolve ações voltadas à prestação de contas à sociedade.
O Orçamento Público pode ser entendido na sua forma restrita como um plano de governo para guiar as ações do Poder Público a curto e médio prazo, estimando a receita e fixando as despesas para um exercício. Sendo que receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos.
O Estado tem no Orçamento Público a forma de gestão de seus recursos. A sociedade tem no processo orçamentário um mecanismo eficaz de controlar a ação dos governantes, zelando pela boa aplicação dos recursos. O orçamento é formado principalmente pelos recursos advindos dos tributos que todos nós cidadãos pagamos.
A Constituição Federal estabelece mecanismos que permitem ao cidadão controlar a gestão dos recursos públicos, ao mesmo tempo em que disciplina como os órgãos estatais devem exercer esse controle. Esta ação é denominada Controle Social, que é a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, monitoramento e controle da administração pública.
Assim, para que os cidadãos possam desempenhar de maneira eficaz o controle social, é necessário que sejam mobilizados e recebam orientações sobre como podem ser fiscais dos gastos públicos.
Nesse sentido, a Legislação brasileira prevê a existência de inúmeros conselhos para auxiliar o estado na tarefa de utilizar bem o dinheiro público. A nível municipal, podemos citar os seguintes conselhos:
Conselho Municipal da Educação;
Conselho Escolar;
Conselho de Alimentação Escolar;
Conselho Municipal de Saúde;
Conselho do Fundo de Educação Básica (Fundeb);
Conselho de Assistência Social.
Estes conselhos são importantes a medida cada cidadão pode recorrer a estes órgãos para obter informações e  verificar se  o município, o Estado e a União, realizam na prática as obras conforme é previsto, se os valores das compras das obras são compatíveis com o preço do mercado. A Constituição Federal também assegura que as contas dos municípios ficarão à disposição de qualquer contribuinte para exame e apreciação durante sessenta dias, anualmente, nos meses de abril e maio, sendo possível o questionamento da legitimidade das contas nos termos da lei.
Também tem o direito de ter acesso aos processos de compras e aos conteúdos dos contratos celebrados pela administração pública, podendo acompanhar a sessão pública de julgamento e propostas de uma licitação. Poderão ainda examinar as licitações e denunciar irregularidades perante o ministério público, e no caso de indícios de enriquecimento ilícito, requerer instauração de inquérito, (lei nº 8.666/93), para analisar e comprovar ou refutar tais acusações.
Por isso, é dever de todo ente público informar a população sobre como gasta o dinheiro e prestar contas dos seus atos, por isso, durante a tramitação no congresso, os parlamentares podem alterar partes do orçamento por meio de emendas com o objetivo de adequar a proposta aos interesses da sociedade, ou simplesmente beneficiar suas bases eleitorais. Para evitar procedimentos ilícitos, é importante que os cidadãos tenham consciência do seu papel na execução e fiscalização deste orçamento.
Sendo assim, o contrato orçamentário é elaborado com base nos seguintes instrumentos legais: Plano Plurianual (PPA); Lei Das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). O conhecimento acerca de tais temas irá conscientizar os jovens do projeto Mutá sobre a relevância de seu papel enquanto cidadãos e os impulsionará na busca por melhorias em sua comunidade.
Enquanto ocorre a tramitação do PPA, LOA e LDO, no Congresso Nacional, a sociedade pode participar por sugerir emendas aos parlamentares.
.As principais determinações legais para a construção do orçamento estão presentes na:
  • Constituição Federal
  • Lei 4.320/1964 que estabelece as normas específicas sobre elaboração e organização orçamentária
  • Lei da Responsabilidade Fiscal.

Vale ressaltar que o Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF) é dever do Estado controlar o dinheiro público, e direito da sociedade acompanhar sua administração, só assim, pode-se movimentar o dinheiro público, podendo aplicá-lo em saúde, educação dentre outros benefícios. O Estado deve controlar esse dinheiro de forma transparente e segura, aplicando os recursos públicos em obras que beneficiem toda a população, já que tais recursos são oriundos dela. Para garantir esse controle existem órgãos que tem competência legalizada para tal atitude, esses órgãos são: Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU) dentre outros.
Além dos órgãos legais, já citados nesse texto, a população, de forma organizada ou mesmo que individualmente, também podem fiscalizar o orçamento para que as Políticas Públicas sejam executadas existem vários conselhos que ajudam o Prefeito a administrar o dinheiro da cidade, procurando fazer primeiro as obras de mais necessidade e depois as de menor importância.
É nesse sentido que ressaltamos a importância dos processos educacionais numa perspectiva não escolar de forma que possam contribuir  no processos organizativos da sociedade, abrangendo movimentos sociais, organizações não governamentais e outras entidades sem fins lucrativos que atuam na área social; ou processos educacionais, frutos da articulação das escolas com a comunidade educativa, via conselhos, colegiados, dentre outros.Neste sentido a discussão sobre o Orçamento Público, e seus complementos com o grupo MJ POP visa acima de a conscientização da população, contribuindo para uma visão mais crítica e política da realidade social em que estamos inseridos, superando os estigmas e os dogmas da omissão, tornando nossa sociedade mais justa, acessível e igualitária.


METODOLOGIA


Para nos auxiliar na construção e elaboração deste projeto, optamos por uma concepção metodológica que visualiza o homem como sujeito e agente do seu processo histórico, que busca um homem comprometido, participativo colaborador na construção de uma nova realidade social, que por meio da educação exerce uma função política na busca de condições igualitárias, e luta contra as injustiças sociais.
Concepção esta que considera o educando como um sujeito do processo e este descobre sua relação com o mundo que o rodeia. Nas relações interpessoais valoriza a seriedade e, o esforço e a afetividade. O conteúdo procura revelar a condição do homem no mundo por meio de um procedimento pedagógico que prioriza o fazer coletivo, através da realidade.


Procedimentos

1ºDIA (07/02/2012)

Conteúdos

  • Apresentação
  • Vídeo com entrevista de transeuntes sobre o conceito de Orçamento Público.
  • Iniciar a discussão sobre o conceito de orçamento público.


Desenvolvimento:

1º momento
Iniciaremos mine curso através da apresentação das acadêmicas, e dos participantes do curso, por meio de uma dinâmica, onde o grupo formará um semicírculo. Após se identificar cada pessoa fará um gesto ou dirá uma palavra sobre o que representa para si o orçamento público.  Em seguida, exibiremos material digital com entrevistas realizadas com pedestres   nas ruas de Valença, sobre seu conceito sobre o orçamento.
2º momento
  • Posteriormente, serão distribuídos folders contendo a justificativa do tema e além da programação do evento. Depois da exibição do filme, com o intuito de descobrir os conhecimentos prévios dos jovens em questão, questionaremos o que o orçamento público significa para cada um deles. Logo após, iniciaremos a discussão conceitual por meio de uma aula expositiva teoricamente embasados pelo Programa Nacional de Educação Fiscal. Também serão distribuídos panfletos com sugestões de sites onde poderão encontrar a descrição dos gastos orçamentários em diversas nas esferas estaduais, municipais e federal.

3º momento
A avaliação acontecerá no terceiro momento do primeiro dia, para isso, levaremos algumas bexigas onde estará escrito BOM, RUIM, MUITO  BOM, ÓTIMO, MUITO RUIM e os jovens irão cada um fará sua opção e dirá como nosso tralho foi significativo para eles. Em seguida, serviremos um lanche encerrando a apresentação.

2ºDIA (08/02/2012)

Conteúdos:

  • Conceito do Orçamento Público.
  • Leis constituintes do Orçamento Público e a participação popular nesse processo.
  • Origem dos recursos que compõem o projeto do município de Valença, exercício 2011 e 2012.

Desenvolvimento:

1º momento
Iniciaremos nossa segunda noite de palestra explanando de forma mais precisa os fundamentos teóricos do orçamento público, conceituaremos as leis que fundamentam sua existência: Lei das Diretrizes Orçamentárias, Plano plurianual, Lei Orçamentária Anual, Lei da Responsabilidade Fiscal abordando a relevância da participação popular no processo de concretização do instrumento orçamentário.
2º momento
Concluiremos a segunda noite, com a apresentação de um vídeo extraído da internet, com uma breve discussão sobre a importância de se fazer um orçamento pessoal e como este pode interferir em nosso cotidiano. Em seguida, questionaremos se todos participam do controle orçamentário do projeto Mutá. Posteriormente seremos submetidos a uma avaliação final do nosso projeto de estágio e todos os participantes terão a oportunidade de se expressar nesse respeito.
3º momento
Concluiremos nosso segundo encontro  disponibilizando panfletos com sugestões de sites onde poderão encontrar informações sobre como são gastos os recursos em diversas áreas como saúde, educação e transporte dentre outros. Em seguida finalizaremos com um lanche e os agradecimentos.



Referencias:
CASTRO, L. R. Subjetividade e cidadania: Um estudo com crianças e jovens em três cidades brasileiras. Rio de Janeiro, RJ: 7 Letras: 2001.

GOHN, Maria da Glória Marcondes. Movimentos Sociais e educação. 3ed. Cortez,São Paulo:1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática pedagógica. Paz e Terra, São Paulo: 1996.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro, Renovar, 2002.

Disponível em:
<http://artigos.netsaber.com.br/resum/_artigo_23693/artigo_sobre_lei_de_responsabilidade_fiscal_e_orcamento_publico> Acesso em 08/12/2011.
Disponível em:

Disponível em:
Disponível em:
<http://www.orcamento.org/> Acesso em   05/12/2011.
Disponível em:
Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Receita_p%C3%BAblica> Acesso em 20/12/2011.
Disponível em:

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O professor e a desigualdade no Brasil



By  Maibe Aguiar from Google
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Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011
Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)   Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos. 
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.

Fica cristalina a visão de que, neste país:
Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM

Alguns exemplos atuais:
· Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
· Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...

TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.

Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....

SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
Ø Educação Física: Futebol;
Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento
das "Celebridades"
Ø História da Arte: De Carla Perez a Faustão;
Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
Ø Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...
Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...

ESSE É O NOSSO BRASIL ...
Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para ........ Salvar vidas;
Ø Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;
Ø Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).

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